segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Sobre a Incredulidade do amor.




Lendo um texto sobre a justificativa de se estar só e conviver bem com a própria pessoa e não precisar de outro pra se sentir feliz. Fiquei pensando: ora sou muito bem resolvida, mas qual o mal de querer alguém do lado pra viver o resto de nossas vidas ou como diz o poeta, eterno enquanto dure? Que mal há em ter uma companhia segura pra fazer sexo gostoso, assistir ao jornal da noite e discutir as notícias? Que mal há em ter uma pessoa que pensando igual ou diferente possa lhe fazer rir ainda de suas piadas, mesmo que já velhas? Que mal há em sentir que não está só e que se você tem um futuro? Seria delicioso planejar minhas férias ao lado de alguém. Um companheiro de baralho no sítio no fim de semana e fazer longas caminhadas pela serra também. Que mal há em descobrir que apesar dos seus e dos defeitos do outro, é possível aceitá-los? Por que temos que justificar a solidão só por que somos exigentes com o passar da idade e que fica mais difícil encontrar alguém pra compartilhar o álbum de fotografia? Ah me poupem os incrédulos os incautos, as tias e tios ranzinzas, mas eu apesar de prezar minha independência, adoro beijos roubados, beijos fervorosos, discussões demoradas sobre política, sobre o mundo, filhos e história da arte. Amo cozinhar só pra ver o prazer nos olhos do meu companheiro. Acordar com suas pernas insinuando sobre as minhas uma deliciosa manhã de sexo. E programar a próxima viagem do verão ou do fim de semana. Dividir a latinha de cerveja para não tomar cerveja quente. Ou um bom vinho com uma carne assada ou um filé mal passado ao lado de um velho ranzinza como eu mas que sabe apreciar o que é bom? Ahhhh que me desculpem meus amigos que desistiram do amor e justificam sua incapacidade de amar ou a sua conta bancária egoisticamente correta. Eu nasci pra dividir meus sorrisos, pra exibir minha lingerie e fazer jogo de sedução mesmo que ele esteja cansado de ver minhas rugas que aumentam a cada dia. Nasci pra escrever bilhetes românticos e espalhá-los na casa e adivinhar o próximo presente e inventar um modo de dá-lo no próximo dia dos namorados. Amo fazer jardinagem ao lado de alguém que perceba que a salsinha deu ervas daninhas e que precisamos descobrir um método biológico para evitá-las. E falar sobre um futuro de que nunca viveremos e receber os netos no domingo cedinho para encher a casa de alegria. Ahhh eu convivo bem com minha solidão, mas eu ainda faço parte das milhões de pessoas que acreditam no amor e que o exercício da convivência e do gerenciar conflitos é que nos fazem crescer. Meus discos de vinil ainda esperam por alguém que queira ouvi-los e os filmes do netflix também estão a espera de companhia ao meu lado no sofá. Garanto que a minha experiência
de vida ainda vão decepciona-lo quando você sentir que apesar dela eu ainda tenho defeitos e vamos brigar pela toalha molhada em cima da cama, rss. Finalmente eu não quero passar o resto da minha vida justificando os cursos que fiz nem as peripécias que vivi. Quero criar novas histórias ao lado de um aventureiro tão romântico quanto eu que não se esqueceu o que é transar dentro de um fusca, rsss.
E que me acorde com seus pés quentes e me convide para bailar, rsss. Pode demorar, ou nem aparecer, mas não vou desistir, essa palavra não existe em meu dicionário!